Veio em minha direção, não parecia ter medo. A sensação que tive era que aceitava sua condição de forma natural. Não parecia de incomodar com porquês e nem esbravejar maldiçoes aos céus.
Durante horas fiquei a observá-la. Qual não foi meu espanto ao ver seres na mesma condição de minha companheira de existência. Tão perdidos quanto. Solitários da mesma maneira.
Ela já não estava mais sozinha, tinha companhia. O que me surpreendeu é que isso não parecia deixá-la mais feliz. Ela estava apática. Mesmo cercada por alguns pares, continuou sua trajetória, absorta em seu mundo. Indiferente a todos.
Tentei segurar tal pensamento, mas não pude contê-lo: “Como deve ser mais fácil ser formiga!”
Natália Barud
Natália Barud