quinta-feira, 29 de maio de 2008

PERMITA-SE

Permita-se estar feliz....
Permita-se estar triste....
Permita-se ser feio....
Permita-se ser belo....
Permita-se estar confuso....
Permita-ser estar convicto....
Permita-se estar errado....
Permita-se estar certo.....
Permita-se estar cético....
Permita-se estar apaixonado....
Permita-se não saber o que fazer....
Permita-se saber não poder fazer nada....
Permita-se estar sendo egoísta....
Permita-se usar o gerúndio....
Permita-se se divertir....
Permita-se usar conotações ambíguas....
Permita-se não explicar suas ações....
Permita-se não precisar de nada....
Permita-se não usar monocromáticos....
Permita-se se levar pela emoção....
Permita-se se levar pela paixão....
Permita-se não ter razão....
Permita-se usar da razão....
Permita-se de um raciocínio de sua vontade....
Permita-se amar....
Permita-se ser amado....
Permita-se contar seus problemas....
Permita-se dividir seus sentimentos....
Permita-se de emoções à vontade....
Permita-se dela....
Permita-se dele....
Permita-se fazer com ela....
Permita-se compartilhar com ele....
Permita-se suar....
Permita-se estar desarrumado....
Permita-se estar atrasado....
Permita-se estar a seu tempo....
Permita-se fazer o seu tempo....
Permita-se sentir o seu tempo....
Permita-se nunca parar de sentir com o tempo....
Permita-se pedir carinho....
Permita-se ganhar atenção....
Permita-se se deixar ser gostado....
Permita-se gostar....
Permita-se não sentir medo....
Permita-se sentir-se assustado....
Permita-se sentir-se surpreendido....
Permita-se surpreender....
Permita-se cansar....
Permita-se causar....
Permita-se sentir falta de ar....
Permita-se tirar o ar....

Lobão

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O DRAMA DA DRAMATURGIA

Deus não o escreveu numa pedra, Moises não o aplicou a seu povo, na Bíblia nem aparece, mas a nós foi revelado no meio de uma conversa de boteco: Não sejas complexo inutilmente!

por Natália Barud e Germán Milich




Segundo nosso velho amigo Tchékhov, “o homem é o que ele acredita”. Pensamos que também é o que escreve. Em cada rascunho, em cada palavra rabiscada, mostramos a sociedade em que vivemos o passado que nos rodeia e talvez esse velho mistério chamado espírito. Quem será que escreve a nossa história? E o melhor de tudo, a única pergunta que realmente não tem resposta (e que com certeza não a acharemos aqui): Por que a escreveria?
Todo dramaturgo cria os destinos de seus personagens, porque o grande sonho de todo homem é poder construir o seu próprio. O dramaturgo através do exemplo nos disse que pode ser, que é possível construir pelo menos parte de nosso futuro. O dramaturgo geralmente acredita em algo. Isso em que acredita é também o que tem a dizer.
Uns dos principais perigos de todo artista é o de se deixar seduzir pela forma. O conteúdo, ou seja, suas convicções, passam a um segundo plano, sem maldade ou talvez com um tipo de maldade tão sutil que não consegue perceber. O mundo de hoje é o mundo da forma, mais conhecida como “aparência”. Torna-se mais importante o espetáculo a encher os olhos do que as palavras a serem ditas.Será que nesses tempos silenciosos e desconexos a dramaturgia tem algo importante a dizer? Sempre se corre o risco de que uma arte vire um meio de reprodução social, que reproduza nossas injustiças e misérias sem considerar novas óticas a respeito e sem mudar nada em definitivo. Também pode acontecer nestes tempos tão velozes que a dramaturgia seja mais entendida como “a arte de costurar cenas desconexas para aparentar uma lógica”. Será que o mundo se transformou nisso? Um espetáculo tão aterrador que já nem precisa de uma lógica?
O homem, para viver em sociedade, precisa de leis. Não para censurá-lo nem anulá-lo, simplesmente para lembrá-lo de sua pequenez e alertá-lo dos possíveis erros que sua humanidade o fará cometer.Tomara que o campo da dramaturgia não vire uma terra sem lei, ou pior, que não comece a se reger pela lei da complexidade inútil e do exibicionismo.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

DESCONHEÇO O AUTOR

“Quero pedir de volta os meus cd’s, meu livro que você nunca leu, nem sei porque você pegou já que nunca ia ler mesmo, então, meu livro, algumas roupas minhas que estão na casa dos seus pais, e um bilhão de dólares por perdas e danos, porque por sua causa eu perdi tudo: inocência, fé na raça humana, vontade de viver, minha alegria, meu brinco no motel, e a culpa foi sua, perdi amigas, perdi as estribeiras, perdi o ânimo, você danificou meu corpo, minha mente, e com certeza danificou alguma fossa lacrimal, porque já chorei tanto por você, por mim, e o que é pior, já chorei por nós, pra você ver, já chorei por nós, como se valesse à pena”


* Desconheço o autor, mas penso que esse fragmento tem algo de legítimo. È o que o mundo tenta fazer conosco a tempo todo.